Em campanha permanente contra o presidente Lula (PT) desde a campanha de 2022, Ciro Gomes (PDT) está, em nome de seu partido, negociando uma federação com o PSDB, que faz oposição ao governo federal. Segundo o jornal O Globo, na semana passada Ciro esteve com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o senador Tasso Jereissati (PSDB) em Fortaleza (CE) para discutir a união das duas siglas, que temem não atingir a cláusula de barreira. Atualmente, o PDT faz parte da base do governo Lula, com Carlos Lupi (PDT) representando o partido no ministério.
Perillo confirmou a possibilidade de o PSDB, que já está federado com o Cidadania, se unir ao PDT de Ciro: “tivemos uma conversa boa em Fortaleza. Perguntei se havia sinal verde para a gente prosseguir nesse diálogo e ambos (Tasso Jereissati e Ciro Gomes) disseram que sim. Portanto, a gente vai continuar conversando e eu vejo boa possibilidade de federarmos com eles. O que aconteceria seria uma ampliação da federação, mas o Cidadania pode continuar se quiser e nós temos todo o interesse que continue”. O presidente do Cidadania, Comte Bittencourt, disse que neste momento o foco do partido são as eleições municipais.
A união entre PSDB e PDT só se concretizaria em 2025, com eleições para a mesa diretora do Congresso Nacional influenciando o acordo. A relação entre as duas partes remonta a 1990, quando Ciro Gomes foi eleito governador do Ceará pelo PSDB. Desde 2023, ele tem se reaproximado cada vez mais do PSDB, participando de eventos e expressando apoio a figuras como Tasso Jereissati. Em outubro passado, Ciro compareceu à convenção estadual do PSDB, consolidando seu apoio ao partido: “o Ceará, Fortaleza, precisa muito de Tasso Jereissati e do PSDB. E contem conosco, contem conosco, porque esse pedaço de PDT que tá aqui não aceita suborno”, disse à época.
Há também uma tentativa de atrair o Podemos para a nova federação. No entanto, essa possibilidade não é admitida em público.