A aliança anunciada ontem pelo governador João Azevêdo (PSB) com o comunicador Nilvan Ferreira (Republicanos), para a disputa das eleições em Santa Rita, não é o único ponto de incoerência na política paraibana. Nos últimos anos eles são cada vez mais recorrentes.
Chapas são formadas e destruídas, a cada dois anos, a depender das conveniências e interesses dos atores envolvidos.
É um formato que uniu, por exemplo, os antigos grupos adversários Cunha Lima e Rêgo, em Campina Grande; que colocou novamente no mesmo palanque Ricardo e Cartaxo na Capital; e que já fez, também recentemente, a família Morais deixar de ser Governo (depois de anos na gestão Azevêdo), para eleger Efraim Filho na oposição em 2022.
Mas no caso de Nilvan, o mais recente, há um agravante: o nível de críticas feitas durante a campanha eleitoral de 2022 por ele, tendo como alvo João Azevêdo, ultrapassou qualquer limite territorial e dinamitou quaisquer possibilidades de pontes imagináveis naquele momento.
Na época candidato a governador, Nilvan classificou diversas vezes o seu adversário como “João do Imposto”. Dizia que ele havia sido eleito em 2018 pelo grupo investigado na Calvário e metralhou, incansavelmente, a gestão estadual em praticamente todas as áreas.
Ontem, contudo, os dois passaram uma borracha nisso.
João engoliu as críticas para ampliar as chances de ter um prefeito aliado na cidade. Nilvan teve que fazer ‘mea-culpa’ ao afirmar que chega em 2024 mais “maduro” politicamente.
O movimento, não único na política tabajara, aperta a tecla ‘delete’ no que foi dito nas últimas primaveras, mas dificilmente apagará da memória dos seguidores de Nilvan e João os ataques feitos.
Até porque, em tempos tecnológicos, os prints são eternos. E eles, de ontem para hoje, têm infestado as redes sociais na Paraíba.
Por João Paulo Medeiros – Jornal da Paraíba