A indicação de Ricardo Lewandowski para assumir o Ministério da Justiça deve gerar atrito entre PT e PSB, avaliou o colunista Tales Faria no site UOL News desta quarta (10).
Na Câmara, o PSB é muito ligado ao Arthur Lira e faz parte do bloco montado por ele com o centrão para lhe dar sustentação. A Tabata [Amaral] é candidata à prefeita contra [Guilherme] Boulos, candidato do Lula. Alckmin já declarou apoio a Tabata, mas há a possibilidade de ele fazer campanha ostensiva para ela, disputando espaço na centro-esquerda. Agora, há essa questão do Ministério da Justiça. É um prenúncio de problema.
Chance de Alckmin disputar presidência também gera tensão. A possibilidade tem potencial para causar desconforto ao PT e esfriar a relação com o PSB, afirmou Tales.
O clima entre as siglas, diz o colunista, corre risco de piorar se Lewandowski trocar pessoas ligadas ao PSB em cargos no ministério. O PT tem certa desconfiança de Alckmin futuramente querer ser presidente da República. O partido não gosta muito disso e é bem cioso nessa questão. Há prenúncios de arestas.
Não sabemos o resultado de diretores e secretários do Ministério da Justiça ligados ao PSB. Certamente o PT não perderá lugares, mas o partido não está satisfeito por não ter indicado um nome próprio {à Justiça]. Lewandowski é um nome do Lula, não do PT. Com a crescente onda de violência no Equador como alerta, a primeira grande tarefa de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça será elaborar um plano contra a ação do narcotráfico, analisou Tales Faria.
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