A exposição “O Grito”, que trouxe à tona uma polêmica envolvendo figuras proeminentes da política brasileira, tem gerado um alvoroço no cenário político. Uma montagem de fotos que retratava o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Fazenda Paulo Guedes em uma lata de lixo agitou o Centrão e aumentou a pressão por uma possível troca de comando na Caixa Econômica Federal.
A polêmica montagem fazia parte da coleção “Bandeira Brasileira,” apresentada pela artista plástica Marília Scarabello na exposição “O Grito,” que foi inaugurada em 17 de outubro na Caixa Cultural, em Brasília. A imagem, vista como provocativa por alguns, retratava uma situação controversa no cenário político nacional.
A reação a essa obra foi imediata, com aliados do governo considerando-a carente de “tato político.” A ex-presidente da Caixa, Rita Serrano, que ocupava o cargo cobiçado por Arthur Lira, viu-se no meio de uma controvérsia política. O presidente da Câmara, que já demonstrava interesse na presidência do banco estatal, teria visto na exposição uma possível provocação, o que aumentou a pressão por uma mudança de liderança na Caixa, o que aconteceu nesta quarta-feira (25) quando assumiu o indicado de Lira, Carlos Antônio Vieira Fernandes.
Após a repercussão negativa, a Caixa Econômica Federal decidiu suspender a exposição sob a justificativa de que a obra era uma “manifestação de viés político,” o que vai contra as normas da estatal. A decisão gerou debates sobre a liberdade artística e a interferência política em instituições culturais.
A controvérsia em torno da exposição destaca as tensões políticas e a sensibilidade do momento, em que a arte se encontra com a política de maneira inesperada. A suspensão levanta questões sobre a relação entre a cultura, a política e a liberdade de expressão em um cenário altamente polarizado.
Hermano Araruna
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