O apresentador José Luiz Datena (PSDB) lançou nesta quinta-feira (13) sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo.
O que aconteceu
Após quatro desistências, Datena afirmou hoje que irá até o final da disputa. “Realmente sinto que tenho mais responsabilidade nessa campanha do que nas anteriores. Porque, dessa vez, eu vou até o fim”, afirmou. Nos últimos anos, ele desistiu antes mesmo de iniciar o período oficial da campanha eleitoral,
Há certo ceticismo entre algumas figuras do PSDB, outros enxergam a pré-candidatura do apresentador como um resgate da força do partido. Todos os vereadores que foram eleitos na última eleição pelo partido deixaram a legenda — eles apoiam à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Datena tem até o dia 30 de junho para deixar seu programa na Band, segundo as regras eleitorais. Seu nome também precisa ser homologado na convenção partidária.
O evento contou com a presença dos presidentes da legenda: Marconi Perillo (Nacional), José Anibal (Diretório Municipal) e Paulo Serra (Diretório Estadual). O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) também participou, além de pré-candidatos a vereador pelo partido.
Antes de lançar sua pré-candidatura à prefeito, Datena era negociado como vice da deputada federal Tabata Amaral (PSB). Ele chegou a se filiar ao partido da pré-candidata, mas em abril foi para o PSDB — seu 11º partido. A ideia inicial era de que houvesse uma coligação dos dois partidos, mas os tucanos optaram por uma candidatura própria.
O apresentador relembrou as trajetórias de Tancredo Neves, avô de Aécio, de Mario Covas, ex-governador de São Paulo, e de Bruno Covas, ex-prefeito da capital paulista.
Críticas à prefeitura e à polarizaçãoDatena também criticou a atual gestão ao citar a privatização dos cemitérios paulistas e a suspeita de empresas de ônibus com o PCC. “Na minha administração, não vai ter gente pagando passagem para o PCC”, disse.
Operação do Ministério Público mirou empresas de ônibus suspeitas de ligação com o PCC. Em abril, a operação levou também a Justiça bloquear milhões em patrimônios das pessoas supostamente envolvidas.
Durante as críticas, o apresentador cometeu um deslize. Ele afirmou que o problema central das empresas atuarem na cidade era de quem fez a licitação dos ônibus — o processo ficou sob a responsabilidade do então prefeito Bruno Covas (PSDB), morto em 2021.
Parte do discurso de Datena criticou também a polarização — em referências aos pré-candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), que têm o apoio do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro (PL), respectivamente. “Essa polarização nos deixou bem próximos de flertar com o regime de exceção”, disse.
Saiu sem falar com a imprensa. A organização havia confirmado uma entrevista do pré-candidato com os jornalistas após o evento, mas Datena disse que não faria, pois ainda estava em recuperação de cirurgias que passou recentemente.
Segundo último Datafolha divulgado em maio, Boulos e Nunes estão empatados tecnicamente, com 24% e 23%, respectivamente. O apresentador Datena marcou 8% das intenções de voto, assim como Tabata.
O que dizem os envolvidos
Não vou fazer campanha com colete à prova de bala, vou fazer com o peito aberto. Atira aqui [apontou pro peito]. Se me deixarem de cadeira de rodas, eu termino a campanha de cadeira de rodas e ganho. Datena.
Repito com todo respeito ao presidente Lula e ao presidente Bolsonaro, São Paulo vai ser governado pelo PSDB, São Paulo vai ser governado por mim. Datena.
Finalmente, apareceu o nosso caminho próprio. E está aqui, encarnado, nessa figura que eu passei a conviver, cotidianamente. […] Falta muita coisa [na cidade de São Paulo], mas falta sobretudo um governo. Um governo que seja capaz de definir políticas públicas e cumpra essas políticas públicas. José Anibal, presidente do diretório municipal de São Paulo do PSDB