Surge o “elemento surpresa” na guerra travada nos bastidores da oposição em Campina Grande, que vinha testando alguns nomes para enfrentar o prefeito Bruno Cunha Lima. Com apoio da senadora Daniella Ribeiro, seu Clã, e do governador João Azevedo, a secretária de Turismo do Governo do Estado, Rosália Lucas, aceitou o desafio de disputar a PMCG em outubro próximo.
Respeitada e admirada na Rainha da Borborema pelos seus relevantes serviços prestados, Rosália Lucas acumulou experiência na gestão pública, nas funções de secretária, da exitosa gestão do ex-prefeito Romero Rodrigues. Destacou-se dentre os demais da equipe, por sua invejável competência. Seu legado, reconhecido pela “meritocracia”, lhe credenciou a permanecer na equipe do atual prefeito Bruno Cunha Lima, assumindo uma de suas principais pastas, a Secretaria de Planejamento.
Nos solavancos das querelas partidárias (eleições 2022) Rosália Lucas optou em posicionar-se ao lado de sua amiga, senadora Daniella Ribeiro – mãe do atual vice-governador Lucas Ribeiro – com quem divide os ideais de maior participação e valorização da mulher no mundo político partidário. Em seu favor, conta com rejeição “zero”. Bastante conhecida pelas entidades classistas da cidade, como CDL, Associação Comercial, Federação das Indústrias… Setores onde debateu alternativas econômicas para a retomada do crescimento de Campina Grande, no dinâmico século XXI.
A indiscutível ausência de Romero Rodrigues, como postulante nas eleições municipais de outubro próximo – fato constatado em suas últimas declarações ao postergar a eventual decisão para agosto (?) – criou um vácuo no grande eleitorado campinense, que ignora as tendências ideologicas e só reconhece como candidato figuras comprometidas com a bandeira do “Campinismo”.
Sem rejeição, desfrutando da confortável posição de ficar longe ou fora do alcance das prováveis críticas a serem construídas doravante pelos eleitores do prefeito Bruno Cunha Lima, Rosália Lucas também espera de Romero Rodrigues o reconhecimento do seu trabalho que tanto contribuiu para sua majestosa e inesquecível administração, que o posicionou como o melhor prefeito de Campina Grande no início deste século XXI.
Nos seus discursos, mostrando o avanço da Paraíba – hoje figurando com destaque no calendário dos roteiros turísticos nacionais e internacionais – o governador João Azevedo mostra o “milagre” do inesperado crescimento deste setor, gerador de emprego e renda, tornando-se também atração para investimentos permanentes. Quem vem operando o “milagre” é a secretaria Rosália Lucas, titular da pasta do Turismo.
O nome de Rosália se constituirá como a única alternativa para Romero Rodrigues não entrar em rota de colisão frontal com o Clã Cunha Lima. Por outro lado, pode se engajar nas aspirações de grande parte dos eleitores do ex-prefeito, que se recusam votar na continuidade de Bruno. Para o governador João Azevedo, esta é a oportunidade de testar sua capacidade de transferência de votos, conferindo se é real ou não a aprovação de 61% de sua gestão pelos campinenses, índices que superam e surpreendem a crônica política de plantão.
Nas disputas políticas as chances de crescimento são para os candidatos que começam pequenos, do zero, sem rejeição e com possibilidades de se tornar “outsider” do momento, embalando o eleitorado numa nova proposta. Raquel Lira, atual governadora de Pernambuco, é um exemplo recente. Derrotou o grande exército “petista” e “pessedista” comandados pela mais longeva oligarquia do Nordeste (Arraes) que usou a histórica malsucedida estratégia do Império Romano: se dividiu para continuar governando.
Por Júnior Gurgel