Adversários na política, o governador João Azevêdo (PSB) e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, que está no PSD, mas com um pé no União Brasil, viveram uma noite de armistício na abertura do Salão do Artesanato, na quinta-feira (8), em Campina Grande. João classificou o episódio como “civilidade”.
A solenidade era uma ação do Governo do Estado. Portanto, foi o prefeito que foi ao encontro do gestor estadual. Se foi convidado a participar, essa informação não foi publicizada – ainda – por nenhuma das partes.
A relação administrativa entre o governador e o prefeito foi estabelecida quando João recebeu Bruno em duas audiências, sendo uma mais recente. Na pauta de ambas as reuniões estavam as demandas de Campina Grande.
EM 2024, ‘É GUERRA’!
Na eleição municipal do próximo ano, João e Bruno estarão em trincheiras opostas. Sobre isso não há controvérsia. Em 2024, é ‘guerra’! Cada um defendendo o seu quadrado.
O grupo político do governador se fortaleceu na cidade. E a aliança com a família Ribeiro, que resultou na vice-governadoria para Lucas Ribeiro, está atrelado a essa constatação – não é pouca coisa ter uma senadora, Daniella Ribeiro, e um deputado federal, Aguinaldo Ribeiro, ambos posicionados na prateleira de cima do Congresso Nacional, como aliados na ‘Rainha da Borborema’.
Além disso, O PSB tem outro aliado robustecido na cidade: o Republicanos, partido com maior bancada na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). E ainda conta com o apoio de Damião Feliciano, que diverge da orientação do seu partido, o União Brasil, e apoia a gestão de João Azevêdo. Some-se a isso o iminente apoio do PT e do PCdoB.
Aliado com capital político
O prefeito Bruno Cunha Lima conquistou um aliado importante nesse contexto eleitoral: o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que é vice-presidente do Senado Federal. É um parceiro que tem capital eleitoral em Campina Grande. E a condição protagonista dele no Senado só potencializa a gestão de Bruno. A liberação de recentes empréstimos do Banco do Brasil à prefeitura, da ordem de R$ 40 milhões, teve o empenho pessoal do senador, que é figura muito bem-quista pelo presidente Lula (PT).
Fissuras expostas
A oposição aposta no rompimento do deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) com o prefeito. E há indícios de que a relação entre ambos teve alguns desgastes. As fissuras ficaram mais expostas nesse período do ‘Maior São João do Mundo’. Desde a abertura do evento, no dia 1º, Romero não compareceu ao camarote da prefeitura, onde Bruno recebeu diversos atores políticos, entre os quais o senador emedebista, adversário histórico de Romero.
Romero tem dado sinais claros de que está incomodado com a aproximação de Bruno com Veneziano.
O Republicanos tem convidado Romero para se filiar à legenda e disputar a prefeitura pelo partido. Até agora, o deputado federal, que tem boa relação com Hugo Motta e Adriano Galdino, não anuiu à possibilidade de mudar de legenda. Mas também não descartou.
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